Torcedores do Botafogo vão a jogo no Chile e encontram dificuldades para fazer festas




Um grupo de quinze torcedores do Botafogo viajou a Santiago, no Chile, na última semana, para assistir à estreia do clube carioca na Copa Sul-Americana, contra o Audax Italiano. Embora tenham pego o voo no Rio de Janeiro cerca de doze horas antes da partida, a viagem já estava esquematizada havia três meses.

- Nós compramos as passagens no fim de janeiro e já começamos a nos organizar para a partida desde então. Somos representantes da torcida, e buscamos fazer a coisa bem feita, com antecedência, para que possamos representar ao máximo o Botafogo em outro país - disse Leonardo Ribeiro, representante da organização do material da torcida Loucos Pelo Botafogo.


Responsável pelo material da torcida, Leonardo Ribeiro comemorou o bom visual no Chile, mas demonstrou insatisfação com o desgaste e proibições.

No entanto, a mobilização para organizar tudo aquilo que poderiam levar para dentro do estádio não era apenas por pura organização, mas por saber que, desde os primeiros passos, encontrariam dificuldades severas para adentrar com artefatos de festa em um jogo de uma competição continental.

- Tentamos contatar, primeiramente, os representantes do Audax Italiano, clube que mandaria a partida. Depois, procuramos entrar em contato com as autoridades de policiamento e segurança pública do Chile. Foram mais de quinze e-mails e tentativas de ligações para dezenas de números diferentes, e obtivemos poucas respostas. Mas com muita perseverança, conseguimos trocar algumas mensagens com as autoridades chilenas e levar alguns materiais. O trabalho é árduo, mas muito prazeroso, embora todo esse trabalho saia do nosso próprio suor e bolso - completou Léo.

Para estes torcedores, o jogo começa cedo: duas horas antes do jogo, torcedores se preocupam com o visual e amarram trapos e faixas.


Apesar de todas as tentativas de contato e e-mails trocados, não teve a autorização para entrar no estádio com todos os artefatos necessários, mesmo que nenhum deles fosse danoso ao espetáculo:

- Não pudemos entrar com todos os instrumentos de percussão que gostaríamos. Também não pudemos levar bandeiras ou mastros de bambu, que são essenciais para o visual. Dos 21 trapos e faixas de torcida que solicitamos para entrar, só foram liberados seis - e ainda fomos proibidos de amarrá-los nas grades e muretas do estádio. Tivemos que segurá-las durante todo o jogo nas mãos, pois os policiais não nos deixavam pendurá-los nas grades. É notório que essas regras burocráticas não só diminuem a festa, como também não auxiliam em nada na segurança dos estádios e das pessoas - disse José Passini, representante da Torcida Jovem do Botafogo.


José Passini (à esquerda) puxa os gritos no setor visitante no Chile.

Mesmo com todas as dificuldades e obstáculos implementados pelas autoridades chilenas e pelo regulamento da federação continental, os torcedores conseguiram fazer a festa com aquilo que lhes foi possível, fizeram barulho, fizeram um belo visual nas arquibancadas e viram sua equipe vencer o Audax Italiano por 2 a 1.



Daniel Braune


Comentários

Postar um comentário